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O oitavo lápis da série VIARCO Express faz a sua entrada em cena pelas mãos de um escultor conceituado
e de créditos firmados: Rui Chafes. A cartografia sugerida pelo traçado deste lápis é um contínuo jogo de
amizades e cumplicidades, que gira em torno de docentes e ex-alunos da escola Ar.Co.
Rui Chafes é o actual responsável pelo curso de escultura da Ar.Co; Paulo Quintas, a quem Chafes passa o
lápis, é um ex-aluno da mesma instituição. Quintas mantém o lápis neste círculo de amigos, dando-o a Marta
Soares, de quem é colega na Escola Superior de Arte e Design do Instituto Politécnico de Leiria, que por sua vez
o transmite ao escritor António Poppe. Este – que lecciona na Ar.Co – mostra-se inicialmente entusiasmado
com o projecto VIARCO Express e chega mesmo a produzir um trabalho para a série, mas decide finalmente
não participar. A marca de António Poppe, no entanto, far-se-á sentir nos próximos nomes, como veremos.
Carlos Botto, assistente e colaborador regular de António Poppe, é o nome que se segue, mantendo Poppe
para si o direito de passar o testemunho. O lápis é entregue ao arquitecto Diogo Pato, amigo de Poppe, com a
sugestão de posteriormente o passar à artista Ana Jotta, que Diogo Pato prontamente aceita. Como Ana Jotta
se revela indisponível para produzir um desenho, o testemunho é passado a Cristina Lamas, amiga comum de
Poppe e Jotta, uma entrega facilitada pela proximidade dos ateliers das duas artistas. Há, aqui, um momento
de hesitação e de alguma confusão. A Cristina Lamas não é explicado o projecto, e esta passa o lápis a Pedro
Quintas, que mantém também um atelier contíguo ao seu, e a Cristina Robalo aquando de uma visita desta ao
seu atelier. Num primeiro momento, os três assinam o estojo que acompanha o lápis, pensando ser tudo o que
lhes era pedido. Só meses mais tarde, e esclarecidos acerca do projecto VIARCO Express, estes três ex-alunos
da Ar.Co abraçam a ideia abertamente. Quase um ano após ter chegado, o lápis sai do edifício da Avenida
Braamcamp, onde estes artistas trabalham, para continuar a fazer o seu percurso através deste grupo de
antigos alunos da Ar.Co; Alexandra do Carmo (com John Hawke) recebe o lápis de Cristina Robalo, e passa-o
a Frederica Bastide Duarte nas mãos de quem vai terminar o seu caminho.
A preponderância do Centro de Arte e Comunicação Visual Ar.Co neste lápis não é negligenciável. O trabalho
que tem vindo a desenvolver desde 1973 fala por si. Com a interdisciplinaridade como marca, foi uma das
primeiras escolas artísticas a dedicar o seu programa à experimentação. Também significativo é o facto de
tantos dos que por lá passaram terem mantido ligações à instituição, sejam elas directas ou indirectas. Como
poderemos constatar nas cartografias paralelas que este projecto gerou, ao longo dos anos, a Ar.Co formou
alguns dos mais reconhecidos e interessantes artistas portugueses, conjunto do qual o grupo definido por
este lápis representa apenas uma pequena parte. |
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